A Professora Cláudia Landim em seu artigo Educação a Distância [on line], diz que muitas pessoas utilizam os termos ENSINO e EDUCAÇÃO, indiscriminadamente, embora na prática existam diferenças relevantes. O termo ENSINO está mais ligado às atividades de treinamento e instrução. Já o termo EDUCAÇÃO refere-se à prática educativa e ao processo ensino-aprendizagem que leva o aluno a aprender a aprender, a saber pensar, criar, inovar, construir conhecimentos, participar ativamente de seu próprio crescimento.
PERRY e RUMBLE (apud NUNES, 1994) afirmam que a característica básica da Educação a Distância é o estabelecimento de uma comunicação de dupla via, na medida em que professor e aluno não se encontram juntos na mesma sala requisitando, assim, meios que possibilitem a comunicação entre ambos como correspondência postal, correspondência eletrônica, telefone ou telex, rádio, "modem", videodisco controlado por computador, televisão apoiada em meios abertos de dupla comunicação, etc. De forma geral, de acordo com PALDES (1999), a Educação a Distância pode ser entendida como aquela que ocorre quando professores e alunos estão separados fisicamente, utilizando diversas formas de comunicação para superar esta limitação. Esta ainda, segundo LANDIM, pressupõe a combinação de tecnologias convencionais e modernas que possibilitem o estudo individual ou em grupo, nos locais de trabalho ou fora, através de métodos de orientação e tutoria à distância contando com atividades presenciais específicas, como reuniões do grupo para estudo e avaliação.
Impulsionada pelos avanços nas telecomunicações, a modalidade Educação a Distância, de acordo com VOLPATO et all (1998), deslancha em meados do século XX, embora seus registros remontem as cartas de Platão e as Epístolas de São Paulo. Ainda segundo VOLPATO et all (1998), Morse e Graham Bell incrementam, com seus inventos, o processo das telecomunicações. Na década de 50, VOLPATO et all (1998) afirmavam que outras instituições, motivadas pela necessidade de democratizar o saber e tomando como realidade as dimensões continentais brasileiras, passaram a fazer uso do ensino a distância via correspondência. Os anos 60 assistiram o auge do Instituto Universal Brasileiro, seguido de uma série de outras iniciativas nacionais: SENAC, SENAI, SENAR, que tinham nesta estratégia o objetivo da profissionalização e/ou capacitação de trabalhadores. Desta época em diante, a Educação à Distância foi sendo desenvolvida, como sugere KAYE (1989), utilizando-se dos mais variados ferramentais pedagógicos possíveis.
A 'terceira geração' de Ensino a Distância é a atual geração digital. A comunicação e a aprendizagem como um processo social passam a ser os elementos chaves no desenvolvimento conceitual de aprendizagem a distância nesta geração que se baseia no auto- aprendizado com suporte quase que exclusivamente em recursos tecnológicos altamente interativos e sofisticados.
Ignorar a importância da EAD ou colocar obstáculos ao desenvolvimento de programas educacionais nas empresas ou instituições educativas que envolvam novas metodologias e meios tecnológicos, seria reproduzir os procedimentos motivados pelo medo do novo, quando da descoberta da imprensa por Gutenberg, segundo NAVES (1998).
O autor ainda observa que "num país como o nosso, não criar alternativas de acesso ao conhecimento, considerando metodologias diversificadas e o uso das tecnologias avançadas disponíveis, é permanecer num discurso vazio sobre a própria cidadania".
Fonte: CORRÊA, Francini Percinoto Poliseli - UNIPAR/PUC-SP. Disponível em: https://www.pucsp.br/~cimid/7edu/poliseli/edudist.htm